Profissionais conhecem riscos de contaminação, mesmo assim utilizam vestimento fora do local de trabalho.
É de conhecimento comum que áreas hospitalares merecem todo o tipo de blindagem por conta de contaminações e infecções. Desde 2008, segundo a norma regulamentadora número 32 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária: "O trabalhador do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde, deverá retirar as vestimentas de trabalho ao final da jornada de trabalho ou quando for usufruir de intervalo para descanso ou alimentação fora das instalações, ou ainda para realizar outra atividade fora dessas instalações, não relacionada à atividade laboral".
Nesse sentido, o Estado de São Paulo publicou uma norma que proíbe profissionais da saúde de utilizar jalecos fora do ambiente de trabalho.
No Espírito Santo, a equipe do ES Hoje questionou a estes profissionais os perigos de utilizar o instrumento de trabalho como meio de transporte de bactérias e outros microorganismos. Em visita ao Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), mais conhecido como Hospital das Clínicas, é comum ver pessoas de jaleco transitando entre as unidades ou conversando em áreas comuns. "Normalmente o meu trajeto é curto. Saio do carro, que fica do lado da minha unidade e já coloco o jaleco. Quando entro lavo as mãos", comenta Macela Ribeiro, 28, residente.
Mas, os médicos Carlos Peixoto e Marcelo Muniz, sabem do risco de contaminação, mesmo sendo abordados no pátio da instituição se dirigindo a outra área. "Há estudos que o uso de jalecos de mangas compridas tem mais riscos de levar mais bactérias e microorganismos. Entretanto, a contaminação maior é causada pelas mãos. Mais que pelos jalecos", concordam os médicos.
"Quando estou de plantão, eu não saio do hospital de jaleco, nem sem ele. Não há necessidade. O jaleco é, além da identificação do profissional, um instrumento de trabalho para minha proteção e do paciente. E há doenças que podemos 'pegar' através de outras pessoas", afirma a médica Regina Celi Vieira.
Para a interna Rayani Moreira, 25, há um perímetro de segurança em volta do ambiente hospitalar. "Existe o risco de contaminação, mas acredito haver um raio mínimo ao redor do hospital em que os riscos sejam menores", afirma. Procurada sobre haver uma determinação ou norma Estadual, a Secretaria de Estado da Saúde, não retornou o contato até o fechamento da edição.
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