quarta-feira, 15 de junho de 2011

Gays podem doar sangue, mas com restrições, destacam jornais.


Segundo reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense nesta quarta-feira, mais um passo na luta contra a discriminação foi ensaiado com a publicação no Diário Oficial da União de portaria do Ministério da Saúde determinando que a orientação sexual não deve ser alvo de preconceito ou discriminação para a doação de sangue. A nova regra, no entanto, esbarra em outra restrição, já prevista na legislação desde 2004: homens que tiveram relação sexual com parceiros do mesmo sexo, ainda que com uso de preservativos, ficam impedidos de doar por um período de 12 meses.

"Estudos ainda mostram que o risco do homem que fez sexo com homem é 18 vezes maior de ter infecção pelo HIV do que a população que não tem esse tipo de atividade sexual", disse o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, à Folha de S.Paulo.

Para o professor de hematologia e hemoterapia da USP Dalton Chamone, a mudança é positiva. "Hoje, o que mais importa é o rigor na avaliação do comportamento de risco e não a orientação sexual do doador", disse também à Folha.

Em entrevista ao jornal O Globo, o coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez, justificou que “é uma posição da classe científica internacional”.

Embora reconheça que o risco entre homossexuais masculinos seja maior, o infectologista Esper Kallas, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), disse ao jornal O Estado de S.Paulo que é contra essa restrição. "Seria melhor levar em conta o comportamento de risco como um todo, seja ele entre hetero ou homossexuais. Essa avaliação deve acontecer caso a caso", afirma.

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