segunda-feira, 20 de junho de 2011

Falciforme: identificação precoce pode ajudar no tratamento da doença.

A anemia falciforme acontece quando a pessoa herda genes anormais tanto do pai quanto da mãe
A anemia falciforme é lembrada em todo o Brasil no dia 19 de junho. Caracterizada por ser uma doença hereditária, e mais comum em afrodescendentes, o nome “falciforme” é pelo fato de glóbulos vermelhos das pessoas doentes serem similar ao de uma foice ou meia lua.

Essa doença pode ser identifica precocemente através do teste do pezinho. Na primeira semana de vida, a criança é submetida ao teste que pode identificar a presença da doença falciforme, e do traço falciforme. Já crianças a partir de quatro meses e adultos que ainda não fizeram o diagnóstico podem realizar o exame de sangue chamado eletroforese de hemoglobina, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A hematóloga pediátrica, Ana Rita Prado, explica como ocorre essa mutação genética na molécula de hemoglobina.

 “Na Anemia Falciforme a alteração na molécula de hemoglobina ocorre devido a uma mutação genética, que é hereditária, ou seja, é passada dos pais para os filhos, mas a doença só acontece quando a pessoa herda dois genes anormais: um do pai e outro da mãe. Se a pessoa herdar um gene só, ela será portadora do traço falciforme, que não causa anemia nem crises de dor, mas pode ser transmitida para os filhos”.

Pessoas que possuem o traço falciforme não desenvolvem a doença, portanto não necessitam de tratamento. Mas aqueles que apresentem esse diagnóstico devem procurar uma orientação médica especializada para que os oriente em caso de quererem ter um filho.

Ana Rita comenta ainda que no Acre, a partir de 2001, foi preconizado pelo Ministério da Saúde o Teste do Pezinho Fase II, no qual são realizados os exames de hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e hemoglobinopatias. Aproximadamente 66 crianças e 13 adultos estão fazendo tratamento em Rio Branco.

A dona de casa Renilda Maria comenta sobre o tratamento e as dificuldades enfrentadas por sua neta Isla, portadora da anemia falciforme.

“Após 17 dias de nascida, fomos fazer o teste do pezinho na menina, foi então que os médicos detectaram que minha neta era portadora da doença. Em seguida os pais de Isla foram convidados a fazerem um exame específico, que diagnosticou que os dois eram portadores do traço falciforme. A partir daí minha neta passou a fazer o tratamento constante com medicação e acompanhamento de especialistas. Muitas vezes a criança apresenta crises de dores e fraqueza, mas se não fosse pela medicação que a menina toma, acredito que talvez não tivesse resistido. Hoje minha neta tem quatro anos e faz tudo que uma criança sem a doença faz: brinca e vai à escola”, enfatiza dona Renilda.

Tratamento

As crianças que tem Anemia Falciforme devem receber tratamento especial por parte do pediatra, incluindo tratamento para prevenir infecções e orientação quanto a certas complicações típicas da idade infantil.

Os adultos com Anemia Falciforme podem passar bem, apresentando apenas queixas esporádicas ou podem ter complicações crônicas da doença, como úlceras nas pernas, cálculos (pedras) na vesícula, lesão na articulação do quadril, alterações oculares, insuficiência renal, alterações pulmonares e cardíacas, excesso de ferro, que é causado por transfusões de sangue freqüentes.

O acompanhamento médico permanece associado a uma vida saudável. A boa alimentação e o apoio familiar são fundamentais para a qualidade de vida do paciente com Anemia Falciforme.

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