Rio - Os médicos neurocirurgiões José Francisco Manganelli Salomão e Antônio Rosa Bellas, e a técnica de enfermagem Ana Maria Pimentel do Couto, foram indiciados nesta terça-feira, pelo delegado titular da 9ª DP (Catete) como autores do crime de lesão corporal culposa, em que foi vítima a recém-nascida Kamyle Victoria Nascimento Souza, no centro cirúrgico Fernandes Figueira. Ela teve a perna direita queimada por um bisturi eletro-eletrônico. A criança teve a perna amputada e morreu na última quinta-feira.
De acordo com o delegado, Pedro Paulo, os peritos criminais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli ( ICCE) não encontraram defeito no funcionamento do bisturi utilizado na cirurgia e nenhuma irregularidade nas instalações no centro cirúrgico.Com base nos laudos, o delegado decidiu pelo indiciamento dos médicos e da enfermeira, encaminhando o caso ao 1º Juizado Especial Criminal (JECRIM), em Botafogo.Para o delegado a provável causa do acidente ocorrido durante a cirurgia foi falha humana.
Entenda o caso
A bebê de dois meses e meio faleceu nesta quinta-feira na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sarapuí, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A criança teve a perna direita amputada durante uma cirurgia na cabeça realizada no Instituto Fernandes Figueira, no Flamengo, na Zona Sul do Rio.
Kamyle, que nasceu com hidroencefalia (doença caracterizada pela presença de líquido cerebroespinhal onde deveriam ter se formado os hemisférios cerebrais), teve alta do hospital no dia 29 de abril e reagia bem ao tratamento. A mãe, Karen Caroline do Nascimento, informou que a menina havia tomado quatro vacinas e chegou a ter frebre alta durante a noite - com o medicamento, a febre baixou e ela melhorou. Mas tarde não resistiu.
A Secretaria de Saúde informou que a criança chegou à unidade sem vida. Os médicos ainda tentaram ressuscitar o bebê, mas nada foi possível. Karen afirmou ter sido um choque muito grande, pois ao acordar às 6h viu Kamyle 'durinha e roxinha'.
Kamyle teve a perna amputada devido a uma queimadura causada durante uma cirurgia na cabeça. Na operação realizada no último dia 1º, para colocação de uma válvula de drenagem desse líquido no crânio, a placa do bisturi elétrico teria caído sobre a perna do bebê, causando grave queimadura e comprometendo a circulação do sangue, o que obrigou a amputação do membro, na semana seguinte.
Um dia após a cirurgia onde o bebê teve a perna queimada foi registrada uma ocorrência de lesão corporal na 9ª DP (Catete). Dois médicos que participaram da cirurgia foram intimados a prestar depoimento.
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