Perda Dentária Post Mortem em Processos de Identificação Humana
OLIVEIRA, R. N; MELANI, R. F. H; ANTUNES, J. L; FREITAS, E. R; GALVÃO, L. C. C. Perda Dentária Post Mortem em Processos de Identificação Humana. Odontologia e Sociedade, v.1, n.1/2, p.35-38, 1999.
“Os processos de identificação humana, sob seus aspectos físicos, podem ser entendidos e trabalhados através de dois prismas. No primeiro, reconstrutivo, não se tem dados
anteriores à morte do indivíduo e se procura estabelecer elementos genéricos para uma identificação geral. No segundo, comparativo, baseia-se em registros anteriores ao óbito, podendo ser utilizados os prontuários odontológicos, que tornam possível uma identificação personalista ou individual.” (p.35)
"Os dentes podem fornecer informações decisivas para identificação humana (Halik, 1991), por isso, ao se proceder o exame pericial dos arcos dentários é primordial analisar as ausências dentárias, estabelecendo se elas ocorreram antes ou depois da morte do indivíduo, e no caso de ter ocorrido em vida, procura-se estimar o intervalo de tempo, antes do óbito, em que ocorreu esta perda." (p.36)
"Após dirimidas estas questões, passa-se para a análise comparativa das características dos elementos dentários em seus aspectos morfológicos, anatômicos e de seus materiais restauradores. Esta análise é realizada se o indivíduo a ser identificado possuir um prontuário odontológico corretamente elaborado previamente à sua morte. Sublinha-se a importância desta documentação, pois freqüentemente estes meios se mostram os únicos pelos quais se obtém a identidade humana." (p.36)
"Os exames foram realizados somente em crânios completos (todos com maxila e mandíbula), nos quais foi observada a presença ou ausência dos elementos dentários. Os dentes ausentes foram diferenciados como tendo sido extraídos em vida ou perdidos post-mortem. Foram considerados dentes extraídos em vida aqueles cujos alvéolos apresentassem sinais de cicatrização alveolar. Foram considerados dentes perdidos post-mortem, aqueles cujos alvéolos abertos não apresentassem sinais de cicatrização tecidual." (p.36)
"A análise comparativa evidenciou que o grupo dos dentes incisivos apresentou prevalência de perda dental post mortem significativamente mais elevada que os demais tipos dentários (p < 0,05). Em segundo lugar, situaram-se os dentes pré-molares, com prevalência de perda dentária post mortem significativamente mais elevada que os dentes molares e os dentes caninos (p < 05). Quanto a estes dois últimos grupos dentários, não foi observada diferença significativa do ponto de vista estatístico." (p.37)
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