Estimativa da Idade em Crianças Baseada nos Estágios de Mineralização dos Dentes Permanentes, com Finalidade Odontolegal
GONÇALVES, A. C. S; ANTUNES, J. L. F. Estimativa da Idade em Crianças Baseada nos Estágios de Mineralização dos Dentes Permanentes, com Finalidade Odontolegal. Odontologia e Sociedade, v.1, n.1/2, p.55-62, 1999.
“A estimativa da idade pode ser conceituada como o processo que consiste em avaliar o estágio de evolução ou involução de um organismo. No decorrer do tempo, tem-se buscado desenvolver e aprimorar técnicas de estimativa da idade, utilizando-se parâmetros indicativos da evolução e involução orgânica. A Medicina propõe vários métodos de estimativa da idade, na vida intra e extra-uterina, sendo dos mais utilizados os baseados no estudo do desenvolvimento ósseo, como é o caso da análise das radiografias de mão e punho, avaliando o desenvolvimento dos ossos do carpo” (p.56)
“Foram estudados 107 prontuários de pacientes do Curso de Pós-graduação em Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, selecionada de seus arquivos segundo os critérios de idade e qualidade dos dados constantes dos mesmos. A amostra foi composta por prontuários de 44 meninas e 63 meninos, de idade variando entre 44,23 e 113,86 meses, sendo distribuída entre 74 leucodermas (brancos), 7 melanodermas (negros), 21 feodermas (pardos), e 5 xantodermas (amarelos).” (p.57)
“Cada prontuário continha uma radiografia panorâmica, realizada no período compreendido entre 1975 e 1991, com finalidade terapêutica. Dos prontuários também foram obtidos os dados referentes ao sexo, cor e data de nascimento das crianças da amostra.” (p.57)
“As perícias de estimativa da idade produzirão provas que, adicionadas às demais trazidas ao processo, fornecerão subsídios para a decisão. Portanto, seria desejável a reunião de diferentes métodos de estimativa da idade, tanto médicos quanto odontolegais, visando fornecer informações mais precisas àqueles que solicitam (Silva, 1997). Caberá ao perito usar de bom senso ao avaliar cada caso, buscando estimar um intervalo etário provável para o indivíduo e não apenas a determinação da idade exata do mesmo, o que levaria a erros e imprecisões.” (p.60)
“Os métodos radiográficos apresentam vantagens em relação aos métodos diretos, tanto devido ao maior número de informações fornecidas, como à confiabilidade destas (Varella, 1941; Brauer e Bahador, 1942; Fanning, 1962; Moorrees et al., 1963; Likins, 1964; Posen, 1965; Médici Filho, 1991). Além disso, possibilitam vantagens práticas para a execução da perícia, uma vez que permitem a realização da estimativa da idade sem a presença do examinando.” (p.60)