Cientistas que pesquisam o vírus HIV afirmaram ter identificado 17 anticorpos poderosos, cuja descoberta abriu caminhos valiosos na busca por uma vacina contra a Aids.
Anticorpos são a infantaria do sistema imunológico e atacam invasores que podem ser micróbios ou vírus, marcando-os para serem destruídos por células "assassinas" especializadas.
Munir anticorpos de forma a reconhecer patógenos faz parte do manual de produção de vacinas, mas tem provado ser algo extremamente difícil no caso do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), que causa a Aids.
Os novos anticorpos "amplamente neutralizantes" são a maior descoberta feita até agora e também são muitas vezes mais poderosos do que os descobertos anteriormente, afirmaram os cientistas em um artigo publicado na edição desta quinta-feira da revista britânica Nature.
"A maior parte das vacinas antivirais depende do estímulo às respostas dos anticorpos para funcionar de forma eficaz", explicou Dennis Burton, do Instituto de Pesquisas Scripps, em La Jolla, Califórnia.
"Por causa da variabilidade notável do HIV, uma vacina anti-HIV eficaz provavelmente teria que ativar anticorpos amplamente neutralizantes. É por isso que esperamos que estes novos anticorpos provem ser aquisições valiosas nas pesquisas para a vacina da Aids", acrescentou.
Segundo a Iniciativa Internacional para a Vacina da Aids (IAVI, na sigla em inglês), uma ONG internacional patrocinadora das pesquisas, a busca por anticorpos neutralizantes do HIV seja "talvez o maior desafio" enfrentado por produtores de vacinas.
Os 17 anticorpos foram isolados de quatro indivíduos soropositivos, um feito perecido com procurar agulha em um palheiro, pois apenas um número muito pequeno de pessoas produzem estas poderosas moléculas.
A Aids já matou cerca de 30 milhões de pessoas desde que a doença passou a fazer parte do conhecimento público, em 1981. Segundo estimativas da ONU, cerca de 34 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV atualmente.
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