A informação consta na avaliação da vulnerabilidade da população do Estado do Rio de Janeiro aos impactos das mudanças climáticas nas áreas social, de saúde e de ambiente.
Segundo pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), se levados em consideração fatores como temperatura, precipitação (chuvas), serviços de saúde disponibilizados à população, condições de moradia, entre outros, em cenário para os próximos 30 anos, essas três cidades - Rio, Angra e Campos - vão sofrer com epidemias constantes, se o poder público não implementar medidas para garantir o controle dessas doenças.
De acordo com Martha Barata, coordenadora geral do levantamento, na pesquisa, os cenários mostram que essas enfermidades podem aumentar ou diminuir, conforme as incidências climáticas. Segundo ela, o ideal seria os gestores públicos criarem condições para que, mesmo com adversidades naturais, tanto a dengue como a leptospirose, a leishmaniose e outras doenças fiquem dentro de níveis considerados adequados.
- As doenças que nós consideramos são aquelas que podem aumentar ou reduzir de acordo com a variação da temperatura. Para isso, analisamos cenários de anomalias climáticas. Também consideramos as doenças que são mais afetadas por outros fatores, como as qualidades das infraestruturas de saúde do local, qualidade ambiental do local e as próprias condições sociais do município. O município que tem maior potencial de ter criadouros ou possui hospitais com poucas estruturas têm maior possibilidade de propagar essas doenças, mas é importante que os gestores públicos implementem medidas para que a população não sofra com essas variações e a dengue, por exemplo, fique dentro de padrões considerados normais.
O IVS (Índice de Vulnerabilidade da Saúde) da população dos municípios do Estado do Rio de Janeiro sintetiza os indicadores de morbidade e mortalidade relevantes no Estado, que são objeto de registro e análise pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e inclui a análise das ocorrências de quatro doenças presentes de forma endêmico-epidêmica no Estado: dengue, leptospirose, leishmaniose tegumentar americana e diarreia em menores de cinco anos de idade.
Elas foram selecionadas porque apresentam formas de transmissão e persistência relacionadas com o clima ou podem se dispersar espacialmente devido a processos de migração desencadeados por fenômenos climáticos. O índice IVS é representado por uma escala que varia de zero a um, na qual zero é o valor atribuído ao município com menor vulnerabilidade e um ao município com maior vulnerabilidade.
Os resultados da pesquisa aparecem no dia em que o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, realizou uma coletiva para pedir que a população não entre em pânico após a confirmação do vírus da dengue tipo 4 na região.
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